Libor Lubomír Kovác

uma aula acontecendo

[Ponho a mão na maçaneta e entro, se perguntarem o que eu estou fazendo eu peço para assistir a aula como ouvinte]

você entra por uma lateral na sala (não como as salas de cima anfiteatros bonitos) mas somente algumas mesas e cadeiras, 6 jovens olham para você quando você entra e um senhor de idade, sem os trajes típicos de judeu ortodoxo (o que talvez fosse de se esperar num especialista na Torá), apenas um terno velho e camisa sem gravata

****silêncio

— Bom dia! Professor Shemen? Esta em aula? Incomoda se eu ficar como ouvinte por hoje?

[Digo isso sorrindo e demonstrando o máximo de cordialidade possível]

"sente-se, por favor, estou explicando o gênese com relação aos sephiroths e a Kabalah

[Me sento, presto atenção à aula e já vou me preparando para abordá-lo quando ela terminar]

"então é isso, sempre que vocês foram associar um símbolo a Keter façam a associação a Malkut - o que está em cima é o mesmo que o que está embaixo"

[Se acabou eu vou até a mesa dele]

— Professor, meu nome é Libor e eu gostaria de dar-lhe os parabéns pela excelente aula.

[Começo a falar mais baixo]

— Estou diante de questões que demandam a atenção de alguém com seus conhecimentos. Se pudermos conversar em particular, num almoço talvez. O senhor poderia me ajudar?

"claro, me pague um almoço que poderemos conversar melhor, e por favor nada de Schwein, não que eu precise de comida kosher, mas também não precisamos colocar toucinho na batata certo?"

— Fique à vontade para escolher um lugar, aposto que conhece bem as redondezas e acho que posso confiar no seu gosto.

"vou te levar no melhor tcholt da cidade, espero que goste de comidas apimentadas - fica apenas 3 quadras daqui, vamos aproveitar o sol que dizem fazer bem pra pessoas da minha idade"

— Ótimo!

((Chegando lá, enquanto esperamos))

— Acontece que eu tenho uns sonhos recorrentes, muito detalhistas e realistas para serem simplesmente sonhos.

[Tomo um fôlego e continuo]

— Eles envolvem uma criança que tem um olho verde e outro preto. Ela apareceu pela primeira vez fugindo de mim com uma sacola de marionetes, eram para ser marionetes normais de teatro que carrego comigo mas quando ela às despejou por cima do muro da igreja, igreja de Nossa Senhora de Týn, eu vi que eram marionetes de cadáveres, um cão e uma caveira além de um manipulador de marionetes.

— O outro sonho ela apareceu em Orloj mexendo num símbolo do relógio, esse aqui [mostro o papel em que imprimi o desenho] que fica no final do signo de escorpião, ela entrou num bueiro e se esgueirou por umas galerias e quando eu cheguei num local completamente sombrio me vi rodeado de tochas dentro de uma estrela de sete pontas com um pentagrama dentro e muios cristais também. Foi então que ela apareceu sob a forma de um DEMÔNIO [digo em tom exaltado] com chifres e asas feitas de sombra.

"como eu entro em contato com você? você estuda na universidade? quero estudar mais um pouco do teu caso e conversar mais"

— Estudei por um período mas me afastei. Moro num apartamento nesse endereço [anoto meu endereço e referências do local e entrego para ele].

— Eu atuo no teatro mas devido aos últimos acontecimentos tive que permanecer parado por esse tempo. Com essas notícias de calmaria pode ser que as coisas voltem, se eu não estiver em casa eu e meu grupo costumamos nos apresentar [digo os lugares mais frequentes].

"entrarei em contato, espero que um dia você retorne aos estudos, os estudos que separam os homens dos animais, nos encontraremos, boa sorte"

— Certo então professor. Quanto a estudar, tenho meus sonhos primeiro e eles já foram muito adiados.

— Mas tão logo eu seja um grande ator eu for um grande ator serei versado nas artes.

[Me despeço, vou embora, procurarei  meus amigos da cia de atores para ver como estão e se pretendem organizar algo]

((Se quiser pode passar o tempo daí))

(((agora preciso da resposta da cena do Avi Sheman pra continuar a estória)))

Batidas na porta

[Peço para esperar um pouco, me arrumo rapidamente e vou atender]

Você vê na porta o professor Avi Sheman acompanhado de um outro homem de muletas, magrelo desgrenhado e de óculos.

— Olá professor que bom vê-lo! O senhor e seu amigo podem entrar.

[Abro a porta, dou passagem aos dois]

— Fiquem à vontade. Se estiverem servidos de alguma coisa podem falar.

[Me dirijo ao homem de muletas]

— À propósito, amigo, meu nome é Libor.

[Falo para Avi]

— O senhor tem novidades à respeito daquele assunto?

((((joguei num grupo junto com o ben)))

excitado com a conversa, torna-se difícil dormir, embora você tenha já deitado parece que o sono não vem

dia 9 de setembro de 1938 - Praga

Ben bate a sua porta pra avisar que Avi foi assassinado por um nazista e que vocês tem que deixar a cidade e ir pra Kutna Hora aonde ele tem respostas