Mares de Araterre - Parte 4e - O Cego sem Bengala.

Relembrando a primeira mensagem :

Owin:
Owin, depois de uma longa viagem a partir de seu vilarejo natal, chega a Sa'azraq pouco depois de anoitecer, com um sorriso no rosto, pois só tropeçara 5 vezes no caminho, caindo só uma vez. Estava cada vez melhor andando sem o uso de um cajado.

O Sol, que há pouco sentiu sumir por suas costas, seu senso de direção e sua perícia em estalar a língua para escutar as posições de obstáculos em seu caminho lhe ajudou a chegar (o fato de haver uma estrada a seguir ajudou também, afinal não há como reconhecer pontos de referência como morros ao longe, nenhuma referência que não seja direção e distância e seu senso de direção lhe é útil).

O mundo é pequeno para os sentidos de Owin, mas sua ambição é grande, assim como sua confiança em si mesmo.

Chegando em Sa'azraq, Owin é recepcionado por guardas na entrada da cidade.

-Alto! Quem vem lá!

Não faço nada.

Aaron responde:
- Viu o suficiente. Virá conosco.
 
O sujeito retruca de novo:
-Mas eu já não disse isso? O que vocês querem mais? Eu tenho que trabalhar amanhã cedo!! Eu preciso dormir!! Já dei o meu testemunho!
 
Então alguém fala:
-Está decidido! Você vem conosco! E é bom cooperar se não quiser passar de testemunha a suspeito!

O sujeito responde:
-Se é que assim que diz a lei, eu a seguirei, pois afinal, sou um goblin distinto. 

E depois fala:
-O tio já volta, tudo bem? Vão dormir que amanhã acordaremos bem cedo para trabalhar!!!

Sendo assim, todos se dirigem ao palácio do Emir, carregando o mago consigo. Chegando lá, os guardas do palácio conversam que os guardas que lhes acompanharam. Eles permitem que todos entrem, mas você ouve os passos e vozes de mais quatro pessoas que se unem a vocês e todos entram em uma sala dentro do palácio .

Alguém fala:
-Esperem aqui. Vou comunicar o Emir para ele dizer o que fazer.

Somente observo tudo.

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Após o guarda sair, Aaron fala:
- Por favor! Só respondam o que lhes forem perguntado. Só se dirijam ao Emir se ele lhes dirigir a palavra. Não se exaltem, não se ofendam. E se puderem, não digam nada.

Ao que Jean lhe pergunta:
- O que está acontecendo? Estamos presos ou algo assim? O homem que derrubei era importante?

O outro sujeito, o que foi pego de testemunha, então fala:
-E minha presença aqui? Preciso trabalhar amanhã!! Preciso dormir!!

Aaron responde:
- Evitar sermos presos é o que eu pretendo! Mas é bom esclarecer porque fomos atacados. Temos muito chão até o navio, e não quero ser alvo de outro ataque.

Nisso alguém fala "droga".
Com seus cliques você percebe que é o mago desmaiado que acordou e acabou de se sentar.

O mago fala, com ares de preocupado:
-Onde está Thomas? Se vocês fizeram algo com ele vocês vão pagar.

A "testemunha" fala:
-Olá amigo, acordou?

Enquanto isso, um dos homens fala em árabe com um dos guardas:
-Guarda, isso soou como uma ameaça para mim.

O mago tenta se colocar de pé e olha para o guarda, falando em árabe:
-Isso só é uma ameaça se vocês fizeram algo a Thomas, meu gato!

Então ele (o mago) se acalma um pouco e pergunta:
-Cadê ele? Onde estou e porquê?

Aaron se vira para o mago e fala em árabe e em tom severo:
-Você está no Palácio da Justiça, onde está prestes a ser julgado.

O mago parece espantado e pergunta, em árabe:
-Julgado? Mas pelo quê? O que eu fiz?

O "testemunha", falando em árabe polido e tentando entender a situação também pergunta:
-Julgado por qual crime?

Então o mago pergunta novamente (em árabe):
-Sim, sou acusado do quê?

O homem responde:
- Deverão explicar ao Emir por que a comitiva dele foi atacada em praça pública.

De repente o mago, com voz de surpresa fala:
-Se você não acredita em mim, pergunte para a pessoa que me derrubou se eu o ataquei, eu apenas me defendi.

Aaron responde:
- Meu senhor, eu não sou O Emir.

O mago responde:
-Eu sei, mas é bom que saiba a verdade também, ou você é conivente com a injustiça?

O homem que atacara o mago então responde:
- Tudo o que sei é que quase fui atingido por uma bola de fogo e um felino em chamas tentou arrancar-me os olhos. O senhor estava gesticulando em minha direção e murmurando palavras de sortilégio. Nega que tenha tentado nos incinerar com bruxaria? Se isso for provado e realmente for inocente, lhe pedirei pessoalmente desculpas. Mas se tentou fazer isso, fui EU que estava me defendendo. E nunca luto, a não ser para defender minha vida ou a de alguém próximo de mim.

Com um tom mais calmo, o mago responde a Jean:
-Meu amigo, você se confundiu com o que aconteceu. Eu apenas falei em arabe e como sou de gesticular enquanto falo, você achou que eu estava tentando lançar magias sobre você. Eu sei falar várias línguas, se quiser, eu posso mostrar.

Então Aaron fala:
- Mas não havia mais ninguém lá.

E o mago responde:
-Uè, e por acaso magicas são só de perto? Que eu saiba, magicas podem funcionar que nem flechas ou outras coisas arremessadas. E antes que perguntem, eu sei disso pois sou um homem com bastante estudo e alguém que viajou bastante.

Jean responde:

- Nesse caso, minhas desculpas... mas a situação é mais séria do que parece. Não conheço nada de magia, mas imagino que ALGUÉM lançou aquelas chamas infernais entre nós. Isso no mínimo gerou confusão e luta. E agora estamos todos aqui. Quem fez isso? E com que propósito? Não tem aí uma bola de cristal para saber a resposta? Não pode chamar seu amigo, Le Diable, e perguntar a ele, Monsieur Sorcier?

O mago fica confuso:
-Le diable? Monsieur Sorcier? Quê?

Aaron responde (em árabe):
- Ou foi você ou você sabe quem foi. É simples. Os Guardas são testemunhas. E também foram atacados. São tão vítimas quanto nós de tal agressão! Em ambos os caso o senhor age contra os interesses do Califa e do Emir, já que nos atrapalha em nossa embaixada nesse país além de ter atacado ou omitir quem atacou a nós e a guarda da cidade, representantes leais e legais do Emir, que o servem com honra e presteza.

O mago responde com tom irritado, em árabe:
-Olha, não fui eu e não sei quem foi. Eu fui até vocês para ajudar, já que estava em meu quarto na taverna e vi um clarão, achei que fosse uma explosão ou algo assim então fui ajudar. Vocês que chegaram me atacando. E como infernos eu estou atrapalhando sendo que vocês que me trouxeram para cá e me prenderam. E outra coisa meu caro, esse felino do qual você falou, deve ter sido meu gato, Thomas, que deve ter sido afetado pelo mesmo ataque que vocês sofreram e eu não sou louco, nem idiota e nem tenho motivo para atacar vocês ou quem quer que seja, muito menos de uma maneira que possa ferir meu gato.

Aaron responde:
- Diga isso ao Emir e aguarde o julgamento dele.

O mago responde:
-Falarei, mas podem me dizer onde estou? E me trazer pelo menos água.

uma nova voz, vinda de onde vocês entraram responde, também em árabe:
-Eles lhe darão água quando e se eu ordenar. Quem são vocês e porque perturbaram o meu sono?

Outra voz, vinda do lado da anterior, repete tudo em ânglico:
-Eles lhe darão água quando e se o Emir ordenar. Quem são vocês e por que perturbaram o sono do Emir?

O mago responde (em árabe):
-Olá senhor. Eu sou Kastark e fui acusado e atacado injustamente por estas pessoas,alguns de sua guarda, segundo disseram, mas nada passou de um mal entendido. Veja bem, eu estava em meu quarto em uma taverna ao lado do ocorrido quando vi um clarão ao longe, pela janela de meu quarto, então desci correndo para ver o que era , e quando cheguei, logo em seguida parece que alguém jogou algo explosivo em nós. Como eu havia acabado de chegar, eles acham que fui eu. Assim que cheguei, ele tentou me atacar, eu parei alguns ataques dele com meu bastão enquanto tentava falar que não era inimigo, mas como ele aparentemente não fala árabe, ele achou que era magia, o que não era. Depois ele me acertou um golpe que me derrubou e só deu tempo de ver meu gato, que sumiu por sinal, tentando me defender enquanto pegava fogo, que deve ter vindo da mesma coisa que criou o clarão.

Outro homem então fala (Em ânglico):
-Meu senhor, perdoe se não falo árabe, espero que seu intérprete entenda minhas palavras. Sou Burton Cross, da guarda megalana e estou acompanhando o navio Gabriele de Oklahoma, também conhecido como Gabrook, em missão para Sanjar dos Dragões Leais da guarda megalana. E estes são o doutor Leroy, o médico de nossa missão, além de Jean e Aaron.

O intérprete então fala (em árabe) para o Emir:
-Este que falou agora diz se chamar Burton, da guarda megalana, acompanhando o Gabrook, em missão para Sanjar, dos dragões da guarda do imperador megalano. E disse que aquele se chama Leroy e é médico, aquele, o que supostamente atacou o mago Karstark é Jean e aquele outro é Aaron.

O emir responde ao intérprete:
-Muito bem, Aaron é conhecido meu, ele esteve aqui mais cedo. Se estes Burton e Jean não falam árabe, então traduza o que o mago falou para que eles entendam.

O intérprete então fala, em ânglico, dirigindo-se a Jean e Burton:
-Caros senhores Jean e Burton, o Emir solicitou-me que eu traduzisse a fala do mago, o que faço agora. Ele diz que o nome dele é Kastark e que foi acusado e atacado injustamente por vocês, mas que nada passou de um mal entendido. Ele teria visto um clarão ao longe, pela janela de seu quarto na taverna, ao que ele desceu correndo para ver o que era , e quando cheguou, logo em seguida parece que alguém jogou algo explosivo em você. Ele afirma que os senhores acharam que havia sido ele, por ele ter acabado de chegar. E que, assim que ele chegou, o senhor Jean tentou atacar o senhor Kastark, que aparou alguns ataques com seu bastão enquanto tentava falar que não era inimigo, mas que, como o senhor Jean não fala árabe, teria entendido equivocadamente que a fala do senhor Kastark era alguma tentativa de lançar uma magia.. Depois o senhor Jean acertou um golpe que derrubou o senhor Kastark que ainda chegou a ver seu gato, em chamas, tentando defender seu dono. Ele afirma também que seu gato desapareceu.

Jean fala (em ânglico):
- Se isso tudo é verdade, já pedi desculpas ao mago pela minha ignorância a respeito de magia. Uma vez que o mal entendido foi esclarecido, há algo mais que devamos aqui, senhor?

O intérprete se vira pro Emir e traduz para árabe:
-Ele disse que já pediu desculpas ao mago por sua ignorância a respeito de magia, que o mal entendido foi esclarecido e pergunta se há algo mais que devam fazer!

O Emir parece aborrecido:
-Devem caçar os piratas como eu ordenei! E esses dois? Quem são?

O intérprete repete:
-O Emir disse que lhes ordenara a caçar os piratas e perguntou quem são esses dois.

Você deduz que ele se refere a você e ao "testemunha", que foram os únicos não apresentados.

Você ouve Aaron falar ao Emir, em Árabe.

- Este rapaz será recomendado ao Capitão, meu senhor. Este é testemunha do ataque à sua guarda.
- Mas me parece que o senhor não está interessado em saber quem e porque alguém atacaria a sua guarda. Nesse caso peço perdão pelo incomodo e nos retiraremos imediatamente e seguiremos com o combinado. Acusado e testemunha deixo a sua disposição, meu senhor, já que não pertencem à  embaixada que lidero em nome de Bernoulle em suas terras.

O mago fala, em árabe:
-Com licença, mas eu queria saber se eu estou liberado, eu realmente preciso achar meu gato.

E continua, falando mais baixo, meio que para si:
-E sinto que ele está por perto.

-Sim, sim, diz o Emir, vão, vão fazer o que quiserem. Eu preciso dormir e vocês têm a missão de vocês. Vão logo antes que eu me arrependa de toda minha bondade e mande prender a todos.
De repente os guardas começam a puxá-lo pelos braços. Sem muita grosseria, nem muita delicadeza.

O intérprete fala em ânglico:
-Estão liberados todos, saiam e deixem o Emir descansar.

Há um misto de alívio e indignação no ar, mas ninguém fala nada. O único barulho no trajeto são os passos de todos e o estalo que você faz constantemente com a língua enquanto anda.

Todos então saem do palácio. O mago começa a se afastar, mas então pára e pergunta em árabe e depois pergunta em ânglico:
-É, alguém sabe onde está o Gabrielle de Oklahoma? Tenho a sensação que irei encontrar Thomas lá.

Jean responde em ânglico, com forte sotaque arlesiano:
- Estamos voltando para lá. Somos parte de sua tripulação. Basta nos seguir.

O mago Karstark agradece. E todos seguem em direção ao Porto. Há algumas conversas paralelas no caminho. No meio do caminho, Karstark fala mais alto, para todos:
-Vocês falaram algo sobre caçar piratas. Parece interessante. Me diga uma coisa, vocês só caçam na região ou vão longe? Quero saber pois gosto de ver lugares novos, distantes.