Os Bons e os Dedicados

A vida no Brasil tem sido bem legal.

Embora os colegas da escola lhe chamarem de "Muchacha" no começo tenha sido irritante, sacudir uns colarinhos aqui e ali garantiram que você impusesse certo respeito. Dentro de um tempo curto já havia se integrado com algumas panelinhas e seu entusiasmo os impulsionou a abrir uma gibiteca, relativamente bem frequentada, dentro das dependências do colégio.

Marcos tem feito do QG da polícia sua casa e sua presença é cada vez mais rara, apesar de sempre manter contato telefônico. Detalhes sobre sua missão permanecem um mistério.

As atividades de luta contra o crime estão em alta na vizinhança, as capas do Meia-Hora estão lotadas de fotos de bandidos estropiados e manchetes debochadas em sua maioria pivetes e traficantes sem muita expressão. O jornal até  inaugurou a página "Sem Morcegação" onde publica cartas de leitores queixosos de sinais de violência.

Esses dias algo lhe perturbou muito: uma menina foi parar no hospital (alega-se que o motivo foi seguir o exemplo da Chiroptera) após ter causado um acidente automobilístico de grandes proporções e ser a única sobrevivente. Seu nome é Clara Câncio e de acordo com informações ela está no Hospital Geral de Bonsucesso.

Esse assunto tomou o colégio e você está indo visitá-la.

Coloco a minha melhor roupa de jornalista de colégio e dirigo meu velho carro (ainda vou escolher qual carro, mas é velho e simples) até o hospital Geral de Bonsucesso. Paro em um dos muitos estacionamentos na região e ando até a recepção.
-Buenos dias. Sou "repórter" do jornal interno do colégio (nome) e vim ver se a Clara Câncio pode dar uma entrevista para min no momento.
Disguise 13

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1 , 6 , 4

Acting 14

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1 , 2 , 5

Diplomacy 12 (+ alguns bônus que eu tenha)

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6 , 4 , 4

Depois de enfrentar uma pequena fila onde você vê que a atendente está sempre despachando todo mundo bem rápido sem nem desviar do que está fazendo no computador. Você fala com ela.

Depois de você falar, ela para por alguns segundos, te olha de cima a baixo e responde

Atendente escreveu:

Clara Câncio... Hmpf... Mais uma...

Sabe que essa aí tá no CTI, né? Nem tem como falar com ela, menina.

-Não sabia não. Posso falar com o médico que cuidou dela pelo menos?

Ela levanta a sobrancelha direita, volta a mexer no PC, e responde olhando para tela.

Atendente escreveu:

Veio muita gente procurar essa garota mas já que tu quer escrever pro teu jornalzinho tenta falar lá na triagem do CTI...

-Certo. Obrigada
Sorrio e me dirijo ao CTI e procuro o responsável pela triagem

O caminho é deprimente e cheio de gente em doente pelos corredores. Quanto mais perto você vai chegando do CTI mais grave é o estado das pessoas nas macas que vão se aglutinando cada vez mais até que chega uma espécie de saguão mais vazio com uma porta grande dessas que passam as camas. Do lado da porta tem uma mesa redonda dessas de escritório com papéis, carimbos, fichas e uns brinquedos. Atrás dessa mesa tem um quadro cheio de pranchetas penduradas embaixo de uns números.

Um homem de jaleco está num banco cumprido sentado conversando com uma mulher que chora copiosamente.

Espero um pouco para ver se ele me nota e se não notar, "bato" na mesa para chamar a atenção dele
-Com licença, você é o responsável pela triagem aqui do CTI?

Sem interromper a conversa ele faz um "jóinha" pra demonstrar que entendeu seguido de uma mão estendida pedindo para esperar.

Ele da umas instruções para a senhora acerca de como conseguir apoio para ritos fúnebres e essas coisas.

Ele vai até a mesa, puxa debaixo dela uma bolsa cilíndrica, abre, tira uma garrafa de coca-cola cheia de água e com um gelão dentro, depois tira uma caneca de alumínio e bebe com grandes goles parando pra dar uns suspiros.

Parece que por alguns segundos ele esqueceu até mesmo que você estava lá, até que ele te olha, tenta fazer um sorrizinho e balança a cabeça como se dissesse "Pois não?"

-Bem, eu gostaria de falar sobre Clara Câncio. Estou fazendo uma matéria para o jornal do meu colégio sobre o ocorrido com ela mas como ela não está podendo falar... Gostaria de saber o que você sabe sobre o ocorrido com ela

Médico escreveu:

Ah... Ta.
Hummm... Fica à vontade! [Sinaliza para que você se sente]

Clara é aquela "super-heroína" lá, tadinha...

Pega a prancheta com o prontuário anexado que já estava sobre a mesa. Ele mostra um desenho de um boneco de frente e de costas e vai apontando.

Médico escreveu:

Múltiplas fraturas nas costelas, o braço esquerdo está quebrado em cinco partes, o direito a gente está tentando ver se salva da amputação, tem queimaduras de primeiro e segundo graus setenta e oito por cento do corpo, perdeu parte do couro cabeludo, as pernas... as pernas...  

Daí ele meio que olha pra você, olha pra baixo e prossegue...

Médico escreveu:

Bem... Apesar de tudo ela graças a Deus está respondendo. E...

Qual o seu tipo sanguíneo?

-Que bom que ela está respondendo.
Paro para pensar um pouco
-Sabe que eu não sei? Não lembre de já ter feito teste para isso em algum momento, mas para quê você quer saber?

Médico escreveu:

Um desastre dessa magnitude a pessoa precisa repôr sangue...

Ele vai num carrinho de suprimentos médicos ali perto e pega um saquinho branco

Médico escreveu:

Tem um testador aqui. Se você quiser fazer é rapidinho, daí se você não tiver nenhuma restrição, pode doar pra ela

-Claro, posso doar sim, se for compatível.
Espero ele fazer o teste
-E aí? Sou compatível?

O cara fura seu dedo com uma agulha bem fina, pinga um pouco do sangue num bastão (estilo teste de gravidez).

Médico escreveu:

Olha só... AB+! Claro que vai dar, e melhor que o esperado...

Ele te conduz até dentro da ala até uma salinha a poucos metros que é tipo uma enfermaria.

Médico escreveu:

Lava bem as mãos ali na pia, veste uma toca dessas, uma máscara, tem luvas ali e coloca isso por cima das roupas..

Ele vai até um telefone numa mesinha dali e dá as costas para você enquanto fala no ramal.

Vou e faço o quê ele falou mas olho ao redor por algum documento sobre a garota enquanto ele fala no telefone

Os documentos estavam na mesa lá da entrada em que ele te atendeu. Esse lugar é outro.

Como eu não acho nada, apenas espero ele terminar a ligação dele

-Okay
Sorrio e vou até o quarto e me sento na poltrona e dou uma olhada em volta

Você vai passando pelos quartos e vê em cada janela pessoas ligadas a aparelhos, com medicamentos sendo recebidas via intravenosa, no quarto da Clara você vê ela totalmente enfaixada e com ferros acoplados aos membros e levantados por guras. Ao pé da cama está um prontuário.

Vou até o prontuário e leio ele antes de olhar para Clara
-Tomara que você fique melhor...

Basicamente é aquilo que o médico narrou para você. Tem uma parte que detalha a ocorrência em que ela se envolveu: A paciente tentou abordar o caminhão da empresa Cyberdyne LOG, acusada de operações ilegais na sessão de cartas à vigilantes Chiroptera do jornal Meia-Hora. Se envolveu em conflito com um comboio de vigilantes armados que acompanhava o veículo de carga, um dos disparos de aviso atingiu o tanque de combustível de um dos veículos que explodiu, os outros empreenderam fuga e a atropelaram.

Solto um suspiro, me sentido um tanto culpada por isso e falo baixinho
-Eles vão pagar por isso
Depois disso vou e me sento e espero