Mares de Araterre - Parte 4f - O Emir.

Continuando daqui: https://arenagurps.forumeiros.com/t35p30-mares-de-araterre-parte-4-em-al-wazif#755
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Aaron:
Depois dos demais se retirarem, você segue para dentro do palácio, escoltado por dois guardas até onde o Emir se encontra.
Ele está em uma sala ampla, com arcos abobadados, deitado em uma espécie de divã, com duas belas damas lhe servindo frutas secas. Ele e eslas estão vestidos com roupas muito enfeitadas e com diversas jóias. Entre uma porção e outra, ele lhe pergunta:

-Pois bem, Ragnar, o que o traz aqui a esta hora?

- Vim pelo serviço para o qual o Califa mandou me chamar, vossa {tratamento adequado}. Trouxe o grupo para não levantar suspeita, já que viajo sobre outro nome no Gabbrock para não causar desconfiança e poder investigar, Nenhum deles fala árabe, isso posso lhe garantir. E para não permitir que ninguém mais descesse a terra, usei-me do fato de um dos membros da tripulação estar com um desarranjo intestinal e disse que o governo daqui podia suspeitar se surto de colera a bordo, por isso era melhor por em quarentena o navio, e que o médico da tripulação diria ao senhor que não se trata de cólera. Em suma. Ninguém suspeita de nada e meu disfarce funcionou.
- Agora o que é que incomoda o Califa e vossa {tratamento adequado} no navio do capitao Bernoulle?

Ragnar:
-Para lhe ser sincero, caro Ragnar, o que incomoda o Califa e o que me incomoda não são a mesma coisa.

-O que incomoda o califa é uma denúncia de contrabando. Houve uma denúncia de venda de artigos não autorizados pelo Gabrook. Nem lembro mais qual era o produto. O comprador foi algum Megalano que morava aqui e sentia falta do tal produto cuja venda não é permitida aqui, nem para estrangeiros. Já entramos na casa dele, flagramos que ele realmente estava em posse do produto e lhes demos as chibatadas de costume, além da apreensão do produto e multa claro.

-O que me incomoda não é o que entra, mas o que sai. Você deve ter ouvido o quão tem sido intenso ao longo dos anos o sequestro de cidadãos de nossa cidade. Piratas megalanos têm insistido em roubar nossas mulheres e crianças para vender como escravos em Mégalos. O que quero é ajuda pra parar esses piratas. Ajuda para salvar pelo menos alguns dos cidadãos de nossa pacata cidade.

-Então, posso lhe oferecer o prêmio do Califa para entregar o mestre mercador do Gabrook para ser chicoteado e multado. Ou posso lhe oferecer muito mais para você, um perdão ao mestre mercador e uma recompensa razoável aos demais tripulantes se os convenceres a caçar um dos navios piratas e devolver alguns de nossos cidadãos a salvo.

- Você falou em pi-ra-tas? Caçar piratas e ainda conseguir o perdão de Bernolle? Caçar piratas como antigamente?? Então Peço um salvo conduto para Bernolle e te trarei seus piratas!
- Mas vossa -tratamento- não entendo uma coisa, a correspondecia que recebi, e que o agente alfandegário rasgou, falava em pena de morte para Bernolle, e o senhor fala em apenas chibatadas. Isso me intriga.

Ragnar:
-Falava? E para o capitão, não para o mestre mercador que foi quem vendeu o produto? Hnf! Pelo jeito esse nosso Califa é mesmo um palerma alienado que não sabe como funciona as coisa no mundo. Se preocupa mais com um megalano matando saudades de casa do que com proteger seu povo. E não sabe nem que é responsável pelo que em um navio.

-Bem, tudo bem, eu emitirei o perdão do capitão Bernoule e de mestre Batroc em troca dessa caça e recompensarei todos os demais adequadamente.

- Para mim parece justo. E eu volto a meu antigo ofício, que foi o que gerou nossa amizade. E ainda livro meu amigo Bernolle da Forca. Trato feito.

- Já ia me esquecendo. Como coloquei o Gabbrock em quarentena, também preciso de sua permissão para atracar o navio.

Ragnar (Aaron):
-Oh, claro, claro, sem problemas!

Ele se levanta, sentando-se em seu divã e se vira para as moças.

-Meninas, vão lá na sala de despachos e vejam se acham um modelo de documento de liberação de navios. Tragam também outro em branco, para eu escrever e selar o acordo. Tragam uma pena com tinteiro, meu selo e uma vela, claro!

As moças fazem que sim com as cabeças e saem com um cumprimento com todo o corpo (para o Emir claro, elas praticamente ignoram Ragnar).

O Emir então se vira para você e fala, sério.
-Mais uma coisa. Não ouse falar para ninguém que eu disse o que eu disse sobre o Califa. Não quero ouvir palavrório de que andei falando mal dele. Sei que posso contar com sua discrição.

- E quanto ao pagamento?

- Bem, a recompensa será proporcional ao resultado. Quanto mais cidadãos vocês resgatarem, maiores as recompensas. Quanto mais meliantes entregarem também. No mínimo lhe pago 10% a mais do que a recompensa original, mais 10% desse valor para cada tripulante que ajudar.

As meninas retornam com os itens solicitados. Ele preenche tudo é lhe entrega.

-Tome. Vou mandar alguns guardas lhes acompanhar. Você leva, faz o capitão Bernoule e o senhor Batroc assinarem este compromisso e entregue aos guardas que me trarão de volta e darão voz de liberação ao navio. Se nada mais tiveres por acrescentar, eu me dou por satisfeito com nossa pequena reunião e lhe desejo boa sorte.

- Eu que lhe agradeço. Tornou mais divertda essa missão.

Faço a reverencia específica e me retiro.

Quando você sai do palácio, acompanhado de quatro guardas, encontra somente o Doutor Leroy esperando perto da entrada. Nenhum sinal de Jean ou Burton.

Dirigindo-me ao Dr falo mostrando os papeis:

- Consegui a liberação do Navio e autorização para desembarque! Graças ao senhor doutor! Onde estão os demais?

-Eles ouviram um barulho lá adiante e correram para ver o que era.

Nesse momento, chega Burton correndo.

-Doutor! Venha, há um homem ferido no beco!

- O que houve Burton?

-Uma briga ali adiante. Um homem foi esfaqueado no peito e nas costas. Vamos, rápido! Jean ficou lá tentando evitar o pior. Havia mais gente ferida lá também. Ainda não sei o que realmente aconteceu.

O dr. Leroy se dispõe imediatamente a seguir Burton.

-Vamos, Aaron!

- Vamos!

Sigo Burton até o local.

Vocês três correm e os quatro guardas do Emir os acompanham.
Quando chegam, vêem Jean, no meio do quarteirão, em posição defensiva, um sujeito caído, se esvaindo em sangue próximo a ele e outros dois se esvaindo em sangue mais à frente, no cruzamento (os quarteirões aqui não são grandes). além de Jean e dos sujeitos caídos, há mais dois sujeitos à frente: um meio-orc (seria o mesmo que vocês viram saindo da taverna pela qual vocês passaram?) e um humano. Ambos de armas nas mãos, em posição defensiva. A tensão parece estar no ar, mas ninguém se mexe, ninguém parece disposto a dar o primeiro passo.

Grito em tom imponente (em arabe):

- Em nome do Emir deponham as armas!

Em arlesiano:

- Jean não ataque esses homens! Não vamos criar problemas com a lei local, recue até aqui e guarde a espada!

Enquanto você gritava, o meio-orc arremessou a faca que tinha em mãos para a frente. A faca passa zunindo pelo outro sujeito, que se esquiva deixando a faca passar direto. A seguir o meio-orc, surpreso, levanta as mão (agora vazias) e fala:
-Pera aí pessoal...tah tudo tranquilo por aqui.

Já Jean dá dois passos para trás, embainha a espada e responde, também em Arlesiano:

- Os caídos precisam de atendimento médico. Se ainda estiverem vivos. Não sei se o que ocorre aqui é uma briga que saiu do controle ou uma operação para assassinar alguém.

Nesse momento, o outro sujeito (o que se esquivou da faca) se vira em sua direção e fala, apontando a arma:

- Quem é você? Mais um querendo brigar? Já foram três, vai ser esse outro e se você também quiser entrar no meio junto a esses ladrões, vai ter o mesmo fim!

Jean responde, em arlesiano (imagine um francês falando), em tom calmo:

- Essa briga acabou. Já tivemos sangue o suficiente, caso não tenha percebido. Ela só recomeça se você quiser. Mas não me tome por um arruaceiro comum, senhor. Posso fazer você se arrepender de suas palavras se insistir em se comportar como um cão furioso.

O sujeito guarda a espada, mas responde:

- Como é que é? Quem é você para ousar me tratar dessa forma? Não tenho
nada a ver com essa baderna além de me defender. Não ouse usar essas
palavras comigo!

Dito isso, ele começa a juntar objetos que estão espalhados pelo chão. Há uma mochila, algumas facas e um sabre no chão.

- Jean creio que os guardas do Emir assumem daqui. Vamos! Consegui a liberação do navio e da carga, a menos que tenha alguma objeção.

Jean responde ao sujeito:

- Respondi à altura de seus comentários anteriores apenas. Se pretendia ser melhor tratado, devia se apresentar melhor. Se sente ofendido de alguma forma, senhor, é livre pra me desafiar e tentar tomar satisfação.

Jean então coloca a mão sobre o punho da espada, mas não a saca, apenas mantém o olhar firme sobre o sujeito.

O sujeito termina de juntar os objetos e, com um sabre em cada mão, se dirige a Jean:

- Então eu te desafio! Vou te derrotar a altura de seu tom insolente! Vem aqui se você é homem o suficiente.

Então o sujeito se prepara com dois sabres, virado na direção de vocês, enquanto fica estalando a língua e fazendo leves viradas oscilantes com a cabeça.

Jean então desembainha seu sabre e espera que ele avance.

Aaron

Falando para o Sujeito:

- Meu senhor estou aqui a serviço do Emir, e sua guarda pessoal me acompanha. Essa é a ultima oportunidade que tens de cessar com a hostilidade!

Olho para Jean:

- Jean contenha teu orgulho, não tenho como livrar mais um por hoje! O Emir não irá tolerar assassinato em sua cidade!

Jean responde:

- Amigo Aaron, nunca começo uma briga, apenas me defendo. Se ele parar, não avançarei em sua direção. Palavra.

O sujeito rebate:
- Engraçado Jean, somos bem parecidos então. Pois eu também nunca começo uma briga, apenas me defendo. Controle a sua lingua afiada que fala em tom de superioridade. Eis que o desafio está lançado como antes, mas também não tenho a necessidade de contrinuá-lo se não quiseres me enfrentar. Quem me contrariou foi você e ou me respeite ou me enfrente. Se quiseres me enfrentar, venha. Caso contrário, sigo meu caminho como antes desses baderneiros me atacarem. E saibam de uma coisa, essa cidade precisa de uma guarda bem posicionada. Eu tive que acabar com 3 bandidos e se não fosse habilidoso, o pior poderia ter me acontecido. Imagine com outras pessoas que não sabem se defender...

Jean guarda a lâmina, dá mais um passo para trás e responde ao sujeito:

- O senhor sofre de péssima memória, estranho. Foi o senhor que disparou ameaças e tencionou acabar com os que aqui estão, sem saber de nossas intenções e sem que tenhamos lhe feito mal algum. Portanto não peço desculpas pela minha língua e não lhe dou o direito de me dizer para controla-la. Se o senhor foi atacado por bandidos, lamento muito, eu o teria ajudado se estivesse aqui. Mas saber distinguir entre bandidos e um cavalhei... uma pessoa de bem, pode ajuda-lo a nao se meter em futuras confusões.

Volta-se para você:

- Como transcorreu a entrevista com o Emir? Há algo que devamos fazer a partir daqui ou a respeito desta confusão?

Para Jean

- Estamos livres para aportar, e devemos retornar o mais rápido daqui. Creio que a guarda assume daqui.

Para o Sujeito

- Temos serviço como estivador, em nosso navio, se o senhor se interessar, e se matou três bandidos, vejo que é bom no manejo de armas. Nosso capitão pode ter serviço como guarda do navio.